PEC propõe proteção à privacidade mental na era das neurotecnologias

PUBLICIDADE

Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada por senadores de diferentes partidos busca proteger a integridade e a privacidade dos dados mentais de usuários de equipamentos neurotecnológicos – métodos ou dispositivos utilizados para registrar ou modificar a atividade cerebral.

A PEC nº 29 é inspirada na proposição da fundação norte-americana Neurorights, cujo principal porta-voz é o neurobiólogo espanhol Rafael Yuste (Leia aqui a entrevista dele à Agência Brasil) e em uma proposta já aprovada pelo Congresso do Chile. O país é o primeiro a incluir em sua Constituição a proteção à atividade e aos dados cerebrais.

Entre as justificativas apresentadas na PEC nº 29, os parlamentares destacam que o desenvolvimento das neurotecnologias gera “esperança e grande expectativa”, principalmente em áreas como a medicina, mas também cria uma “fundada e real preocupação sobre os limites éticos e normativos” do uso desses métodos e aparelhos em seres humanos.

Quase nove meses após ser apresentada, a PEC 29 ainda aguarda a indicação do relator da matéria pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre (União-AP). O relator ficará encarregado de apresentar um parecer aos demais membros do colegiado responsável por opinar sobre a constitucionalidade das propostas em análise no Senado.

A iniciativa chama a atenção não só pelo número de signatários, 27 senadores, mas também por unir representantes de diferentes correntes ideológicas, como os líderes do governo federal no Congresso Nacional e no Senado, respectivamente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Jaques Wagner (PT-BA), e o ex-vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS), além de Angelo Coronel (PSD-BA); professora Dorinha Seabra (União-TO) e Mara Gabrilli (PSD-SP), entre outros.

Os autores da PEC argumentam que a regulamentação dos neurodireitos é essencial para proteger a privacidade, a autonomia e a liberdade individual em um mundo cada vez mais digitalizado. A proposta também busca garantir que os benefícios das tecnologias neurocientíficas sejam distribuídos de forma justa e equitativa entre a sociedade.

A defesa parlamentar à regulamentação dos chamados neurodireitos no Brasil ecoa a proposta internacional de especialistas em neurociências, direito e bioética que pregam a necessidade de os países incorporarem a proteção aos neurodados em suas leis e a possibilidade de a Organização das Nações Unidas (ONU) ampliar o rol de direitos fundamentais estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos a fim de proteger as pessoas e sociedades dos eventuais efeitos nocivos do uso da neurotecnologia.

No relatório, a organização alerta que “a promessa de que as neurotecnologias melhorem a vida das pessoas que vivem com deficiências desencadeadas por problemas relacionados ao cérebro pode ter um custo elevado em termos de direitos humanos e liberdades, se abusadas.

Redação

PUBLICIDADE

Últimas notícias

Opinião: A mulher da beira do rio!

Tempos duros, porém, agradáveis. O marido saía para trabalhar, as esposas punham a comida no…

19 de setembro de 2024

Conversas expostas pela PF indicam “promiscuidade” e “dívida” de Raíssa Lacerda com traficantes

As investigações da Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Território Livre, apontam para o…

19 de setembro de 2024

Nesta sexta e sábado: PB Agora/Datavox divulga pesquisas com números exclusivos das corridas eleitorais em Belém e Aroeiras

O portal PB Agora, em parceria com o instituto Datavox, divulgará nesta sexta-feira (20) e…

19 de setembro de 2024

Hugo Motta amplia articulações com ministros do governo Lula na disputa pela presidência da Câmara

O líder do Republicanos na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), tem intensificado articulações com…

19 de setembro de 2024

Com seca histórica, nível de hidrelétricas segue em queda no Brasil

Falta de chuva, queimadas e ondas de calor. Com seca histórica, o nível de hidrelétricas…

19 de setembro de 2024

Anna Carla Lopes comemora votação histórica para vaga de desembargador no TJPB

A advogada Anna Carla Lopes, eleita como a mais votada na lista sêxtupla para a…

19 de setembro de 2024