Os médicos pneumologistas Pierangelo Tadeu Baglio e o paraibano Sebastião Costa, tiraram dúvidas sobre cuidados para frear a pandemia de coronavírus. Uma das principais preocupações dos paraibanos vem sendo a influência de outras doenças crônicas na contaminação e tratamento da covid-19, a doença causada pelo vírus. Os pneumologistas aconselharam a população a manter a calma e manter o isolamento social.
“Se formos buscar como ele (coronavírus) funciona em relação às outras infecções virais mais tradicionais, até mesmo o influenza ou outros comuns dessa época do ano, a gente sabe que os doentes respiratórios crônicos têm uma predisposição maior para ser infectados, por portarem uma condição respiratória específica. Com o coronavírus, não é diferente. Os cuidados normais diários têm de ser redobrados para este público. Ainda não temos uma certeza se a doença covid-19 tem um curso clínico pior do que outros vírus para essas pessoas. Falta tempo de estudos e mais dados para confirmarmos isso. A medida mais importante é o isolamento social. Higienizar as mãos e ficar atento aos avisos. É o momento para todo mundo ficar mais recolhido para podermos sair disso o quanto antes”, ponderou o médico Tadeu Baglio, avaliando que ainda é cedo para comparar os efeitos dos sintomas em pessoas com ou sem diagnóstico de problemas respiratórios crônicos.
Já o pneumologista paraibano Sebastião Costa, indagado sobre quais seriam as principais diferenças entre o coronavírus e outros vírus já conhecidos, bem como a forma como esse vírus ataca o organismo, respondeu? “A diferença está no seu poder de transmissibilidade, bem mais elevado do que a maioria dos vírus mas, informando também, que seu poder de letalidade= (produzir mortes) está bem abaixo do influenza H1N1 de 1918/1919, que produziu a mais grave de todas pandemias, deixando um rastro de 50 milhões de cadáveres ao redor do mundo. Ele atinge diretamente os pulmões produzindo inflamação, mas existem vários estudos falando da produção de microcoagulações intravascular a nível de pulmão, complicando de maneira mais agressiva a capacidade respiratória do paciente, com riscos maiores de atendimento em UTI e logicamente de mortalidade”, disse.
Por fim Sebastião Costa comentou sobre o que tem sido usado, na Paraíba, no tratamento de pessoas infectadas? “Na rotina de consultórios e hospitais tem se usado a hidroxicloroquina, o antibiótico azitromicina, e em alguns casos, corticoides e anticoagulantes. Vale informar no entanto, que existe no momento carência de estudos consistentes em relação a eficácia dessas drogas, até por que, a covid-19 por ser uma novidade no mundo científico, ainda não se consensualizou um tratamento definitivo para essa patologia. Acrescentando, que essas medicações só devem ser utilizadas diante de prescrição estrita do médico”, finalizou.
Redação