A Mastectomia é um procedimento cirúrgico para retirada completa da mama e é indicado em alguns tratamentos de câncer. Essa semana o procedimento foi bastante comentado, já que a atriz Angelina Jolie contou em detalhes, através de um artigo divulgado pelo jornal norte americano The New York Times, que realizou o procedimento, como forma preventiva ao descobrir que possuía 87% de chances de desenvolver câncer de mama.
A atriz constatou o fato após a realização de um exame que pesquisa a presença da mutação do gene BRCA1. Este é responsável pelo reparo dos danos na formação do ‘novo DNA’ durante o processo de divisão celular. “Homens e mulheres que possuem alteração nesse gene têm maior predisposição aos tumores de mama e ovário, principalmente, mas também de tuba uterina, endométrio, cólon, próstata e pâncreas”, explica a médica Cristiane Nimir, especialista em Anatomia Patológica.
Já a cirurgia deve ser feita em consenso entre médico e paciente, mas é a medida mais eficaz para quem tem essa mutação especificamente. “A decisão da cirurgia é tomada para mulheres que já tiveram seus filhos e os amamentaram. Até lá, elas devem ser acompanhadas de perto, com exames de imagem frequentes” explica a médica. Pacientes que possuem mutação nesse gene têm o risco aumentado para câncer de mama em 80%, enquanto a população sem mutação este risco é entre 10 e 12%. Assim, têm indicação da pesquisa da mutação do BRCA1, pacientes com história de várias mulheres com câncer de mama na família e que tiveram o aparecimento precoce. Vale ainda lembrar que os homens também podem ter a mutação e ter câncer de mama.
Segundo o relato de Angelina, a decisão de realizar o teste deu-se por conta de sua mãe ter sido vencida pelo câncer de mama e falecido aos 56 anos. “Vale ressaltar que as mutações genéticas dos genes BRCA1 e também do BRCA2 são responsáveis por casos de câncer familiar. Uma das características desse tipo de câncer é ser mais comum em pacientes jovens e, no caso das mulheres, ainda não menopausadas”, complementa Cristiane.
A maior vantagem da cirurgia é a diminuição do risco do desenvolvimento do câncer de mama ou ovário em quase 100%. “Além disso, atualmente, com excelentes técnicas de reconstrução imediata (no mesmo ato cirúrgico para a retirada das mamas) a estética e a autoestima da paciente ficam preservadas”, finaliza a especialista.
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