O promotor Glauberto Bezerra, da Promotoria do Consumidor de João Pessoa, abriu um inquérito civil público para apurar responsabilidades e adotar sobre o uso do polêmico “chip da beleza” por parte de endocrinologistas e profissionais da área de medicina na Capital.
De acordo com o promotor, existem indícios de “possíveis práticas infrativas violadoras dos direitos à vida, à saúde e à segurança dos consumidores”.
Entenda a polêmica
O chip da beleza, que na maioria dos casos consiste no implante subcutâneo de gestrinona, hormônio masculino, foi desenvolvido originalmente para controlar doenças relacionadas ao ciclo menstrual ou ainda para auxiliar na contracepção.
Com o passar do tempo, algumas modelos e influenciadoras começaram a utilizar esse hormônio para ajudá-las a se manter “em forma” e assim ele se transformou no chip da beleza e começou a se popularizar entre as pacientes que queriam emagrecer.
Ocorre que o uso do chip traz muitos efeitos colaterais, dentre eles, o surgimento de acne; aumento da oleosidade da pele; queda de cabelo; aumento de pelos no corpo; mudança no timbre da voz e crescimento do clitóris.
O seu uso é tão polêmico que a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) não reconhece o chip da beleza para tratar as doenças hormonais. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não existe nenhum implante de gestrinona com registro sanitário válido no Brasil.