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Psicólogos analisam características de pais e mães ‘tóxicos’ e dão dicas de como lidar com a violência emocional

Pais tóxicos: devo perdoá-los? Eu devo perdoar meus pais? Essa é uma pergunta que quem cresceu em ambientes familiares opressores tendem a se fazer. O caso recente da atriz Larissa Manoela com os pais, que gerenciavam a sua carreira é um exemplo, que terminou na justiça com a filha pedindo para se desligar suas relações com seus genitores. Para falar sobre esse tema foram ouvidos psicólogos(as), que pontuaram características de pais e mães ‘tóxicos’.

Segundo a psicóloga Camila Saraco, o relacionamento com pais tóxicos deixa muitas cicatrizes emocionais nos filhos. Ainda de acordo com ela, a psicóloga percebeu que muitos dos pacientes que a procuravam tinham algo em comum: tiveram uma “criação tóxica”. Isso não significa que apenas um pai abusivo seja tóxico. “Existem tantas outras maneiras pelas quais os pais machucam, às vezes inconscientemente”, diz.

Ela decidiu, então, criar um curso: “Pais Tóxicos”, para ajudar a compreender quais comportamentos dos pais não são saudáveis, quais as consequências para os filhos e o que podem fazer aqueles que têm esses pais ou mães. Saraco ressalta que um genitor ruim não é necessariamente uma pessoa má.

Também pensa assim o psicólogo Joseluis Canales. Canales aponta que, às vezes, um pai é tão bondoso que não tem autoridade, algo que também é prejudicial para os filhos. Ainda assim, diz ele, “é importante entender que todos os pais cometem erros e isso não os torna tóxicos”.

O que então torna uma criação pouco saudável? Joseluis destaca que os pais têm duas funções principais: “Dar amor aos filhos e formá-los para a vida. Alguns pais geram prejuízos porque deixam de fazer o primeiro. Outros porque falham no segundo. Curiosamente, parece haver uma diferença de geração entre esses dois grupos. Os pais dos chamados Baby Boomers e Geração X costumavam ter mais problemas na hora de dar carinho e apoio emocional aos filhos”, disse.

Para a psicóloga clínica, Elisiane Barbosa, as relações tóxicas nesse caso também incluem as seguintes características: afirmar que só a mãe sabe e a filha está errada em tudo que faz, só os pais têm razão e o filho não; humilhação; comparação, comparar seu próprio filho com o filho de outra pessoa ou até mesmo com alguém da família, sempre diminuindo. “Os pais tóxicos criticam todas as escolhas dos filhos, desde parceiro até a profissão. Para os pais tóxicos, os filhos não têm escolha, a escolha é dos pais, pois eles estão certos”.

Inicialmente, as atitudes podem parecer sutis. Porém, com o passar do tempo, os sinais ficam cada vez mais frequentes. Críticas excessivas, depreciação constante, chantagem emocional e cobranças descabidas estão entre os sinais. “De tanto os filhos viverem nesse funcionamento onde a mãe/ pai estão sempre certos e não deixam o filho tomar as suas próprias decisões, o filho vai desenvolvendo a chamada despersonalização, ou seja, ele começa a não identificar qual é a personalidade dele, quais são os próprios gostos, que escolha seria melhor para ele tomar. Ele não sabe com quem vai se envolver, o que vai fazer. Ele fica sempre na dependência emocional daqueles pais e é o que os pais tóxicos querem”, destacou Elisiane Barbosa.

Dicas de como lidar com pais tóxicos
Se você cresceu com pais permissivos e superprotetores, o que você precisa fazer é “tomar a decisão de sair dessa superproteção”, diz Saraco. No entanto, ela esclarece que isso é algo que só pode ser feito quando se é adulto. “Não se pode pedir a uma criança que saia do vínculo tóxico protetor”, adverte.

Nesse caso, há várias dicas práticas para lidar com pais abusivos, controladores e manipuladores. “Primeiro, é importante que você perca a ilusão de que vai conseguir mudá-los.”

“Também não tente argumentar com eles, nem entender como eles pensam, porque eles têm outra forma de ver as coisas, e você deve evitar entrar em discussões que não levam a lugar nenhum”, diz. “Você tem que tentar sair desse lugar de tentar agradá-los e gostar deles o tempo todo, que é o que eles querem ou fazem a criança sentir.” “E é fundamental que você aprenda a estabelecer limites emocionais e, se necessário, até físicos”, finaliza.

Redação

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