Atualmente é inegável a importância do brincar no desenvolvimento social, emocional e cognitivo da criança. No entanto, e apesar do contrassenso que é, as crianças têm cada vez menos tempo para brincar, em prol de agendas assoberbadas em atividades extracurriculares e deveres escolares. Quem fala sobre esse tema e destaca a importância do mesmo são as psicólogas Joana Simão Valério e Karina Dinoa Matias.
Segundo Joana Simão, atualmente muitos pais colocam o brincar dos seus filhos em segundo plano e a preocupação dos mesmos recaí sobretudo em saber se os filhos estudaram ou não, sem perceberem que nenhuma criança desenvolverá todo o seu potencial se a brincadeira não fizer parte da sua vida.
“É importante frisar que o brincar e o jogar não se resumem apenas a formas de divertimento e de prazer para a criança, mas são meios privilegiados dela expressar os seus sentimentos e aprender. Por intermédio da brincadeira, a criança explora e reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida, interiorizando-a. A experimentação de diferentes papéis sociais (o papel de mãe, pai, bombeiro, super-homem) através do faz-de-conta, permite à criança compreender o papel do adulto e aprender a comportar-se e a sentir como ele, constituindo-se como uma preparação para a entrada no mundo dos adultos. A criança procura assim conhecer o mundo e conhecer-se a si mesma”, disse Joana.
Ela destaca ainda que por outro lado, através da brincadeira, a criança tem oportunidade de simular situações e conflitos da sua vida familiar e social, o que lhe lhe permite a expressão das suas emoções. Brincar é uma forma segura das crianças encenarem os seus medos, as suas angústias e a sua agressividade e de tentarem elaborar e resolver os seus conflitos internos. Os jogos, nos quais está implícito o perder e o ganhar, permitem que a criança possa começar a trabalhar a sua resistência à frustração. Aprender a lidar com esse sentimento é essencial para o seu equilíbrio emocional e para o desenvolvimento da personalidade. “Outro aspeto importante do brincar é o desenvolvimento do raciocínio, da atenção, da imaginação e da criatividade, na medida em que as brincadeiras trazem novas linguagem e ajudam a criança a pensar, se quisermos, a pensar a realidade de forma criativa. O brincar desempenha um papel igualmente importante na socialização da criança, permitindo-lhe aprender a partilhar, a cooperar, a comunicar e a relacionar-se, desenvolvendo a noção de respeito por si e pelo outro, bem como sua auto-imagem e auto-estima”, comentou.
Espaços públicos na Rainha da Borborema – Entre as alternativas, para as crianças brincarem na cidade aparecem o Parque da Criança, Açude Velho, Parque da Liberdade. De acordo com a psicóloga Karina Dinoa Matias é de extrema importância que espaços como esses que sejam usados por crianças e seus pais, como forma de preservar até mesmo a saúde mental. Ela aconselhou ainda que a família organize a rotina proporcionando tempo suficiente para atividades prazerosas. “Pais que dedicam aos seus filhos duas ou mais horas do dia para atividades lúdicas com seus filhos, apresentam uma relação de confiança, segurança e respeito em seu convívio familiar”, afirmou.
Da Redação
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