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Rede de atendimento enfoca descentralização e humanização

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 A rede de assistência à saúde mental na Paraíba atende a usuários com distúrbios mentais e inclui serviços que abordam os problemas decorrentes do uso do crack, do álcool e outras drogas. “Desde 2011, a rede ampliou seu raio de ação para além dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), incluindo vários pontos de atenção”, diz a chefe do setor de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), Shirlene Queiroz. Ela lembra que foi a partir de 2010 que passou a vigorar o Decreto 7.508, quando a Rede de Atenção Psicossocial passou a ser uma rede prioritária na saúde.

 

As ações neste ramo têm como foco o tratamento regionalizado, desta forma o paciente pode ser atendido na região onde mora, evitando o desgaste do deslocamento e o acúmulo de atendimentos na Capital. “Trabalhamos para que o Estado possa consolidar nas suas 16 regiões de saúde essa rede de atenção psicossocial, com todos os serviços que o usuário precisa para que ele não necessite migrar para centros. Nossa meta é que todas as regiões possuam pelo menos um Caps Álcool-Droga funcionando 24 horas e unidades de acolhimento que recebem os usuários por até seis meses”, esclarece Shirlene, enfatizando que a busca é por um atendimento humanizado e de excelência.

 

Paraíba com melhor serviço – De modo geral, o Estado participa fazendo a mediação entre o Município e o Ministério da Saúde no que se refere às solicitações de pedidos de serviços, acompanhamento na implantação e funcionamento, e fiscalização. “A Paraíba é o estado brasileiro que tem o privilégio de ter o maior número de serviços por número de habitantes, mas nós queremos mais”, disse Shirlene Queiroz.

 

A chefe do setor de Saúde Mental da SES esclarece que o trabalho de retirada dos moradores dos hospitais psiquiátricos continua. “Ninguém precisa morar num hospital para ser cuidado adequadamente. Dos 55 moradores que existiam, apenas oito ainda estão em processo de volta ao convívio familiar, ou de serem encaminhados aos serviços residenciais terapêuticos. Assim erradicaremos muito em breve as internações em hospitais psiquiátricos”.

 

“É importante que cada trabalhador, cada usuário, cada parente, lembre que a saúde mental é parte da saúde como um todo. As questões de saúde mental estão inerentes a todo e qualquer ser humano: todos nós, em algum momento, temos algo a cuidar no ponto de vista da nossa saúde mental! É necessário que, cada vez mais, reconheçamos os pacientes como cidadãos e, desta forma, inseri-los na sociedade”, alerta Shirlene.

 

No Caps – Entre os serviços disponibilizados pelo Estado, está o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-AD), localizado no bairro da Torre, em João Pessoa. O Caps recebe dependentes químicos e pacientes com transtornos mentais decorrentes do uso de drogas.

 

Marileide Pereira Martins, diretora geral, explica como funciona o trabalho com estes usuários: “Nossa equipe é preparada para receber e lidar com essas pessoas. Nossa missão é observá-las e nossa preocupação não é só fazê-las parar de usar determinadas drogas, mas, também, investigar a causa que as leva a usar”, contou.

 

Segundo Marileide, a grande dificuldade exposta pelos usuários é de serem aceitos na sociedade. “Nós não escolhemos a dependência! Muitos não encaram a dependência química como doença e ela é sim! Só quem convive para saber o sofrimento. É uma doença mental que precisa de cuidados específicos. Os pacientes precisam de ajuda e não de exclusão”.

 

Uma das missões do Caps AD é resgatar a auto-estima do usuário e passar informação e conhecimento. “A decisão de parar de usar drogas precisa ser tomada de maneira consciente. Nós mostramos os males que a droga causa e é o usuário quem decide parar. Além do processo de informação, realizamos a desintoxicação e um atendimento individual com cada família que ajuda muito nas ações”, contou Marileide.

 

Pacientes – Leonardo Cezar Ferreira tem 40 anos e durante mais de 10 foi usuário de drogas. “Todos os tipos que você possa imaginar. Cocaína, crack, maconha. Nada me satisfazia e sempre busquei mais”, relata. Há dois anos está em tratamento no Caps AD e a decisão de pedir ajuda partiu dele. “Sair algemado para uma delegacia foi o estopim da bomba. Comecei a usar drogas com 14 anos, perturbei muito a minha família. Decidi mudar minha vida para melhor e estou no caminho”, disse.

 

Desde o início de 2013 Leonardo não usa drogas – uma escolha que teve ajuda de profissionais. “Já são dois anos de tratamento e há um ano não uso mais nenhuma droga. Já havia parado por conta própria uma vez, mas não consegui levar adiante. No Caps, o contato com os profissionais é essencial. São médicos, psicólogos, e todos eles nos escutam e se preocupam com nossas necessidades”. Leonardo alerta que uma vez dependente, sempre dependente. “Estou limpo há um ano, mas a doença está aqui comigo. O tratamento não pode parar e estou certo de que não volta à droga é o melhor para mim. No próximo ano já pretendo voltar ao trabalho como vendedor e vou conseguir”, planeja.

 

Dia da Saúde Mental – Nesta sexta-feira (10) é comemorado mundialmente o Dia da Saúde Mental. Instituído pela “World Federation for Mental Health”, em 1992, a data visa chamar a atenção pública para a questão da saúde mental global e identificá-la como uma causa comum a todos os povos, ultrapassando barreiras nacionais, culturais, políticas ou sócio-econômicas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a saúde mental uma prioridade e defende que a questão não é estritamente um problema de saúde.

 

Unidades de atendimento no Estado

O usuário pode contar com a Unidade de Saúde da Família, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, SAMU, além dos serviços específicos da Rede de Atenção Psicossocial:

Consultório na Rua

Com equipes que realizam atividades de forma itinerante junto às pessoas em situação de rua e, quando necessário, utilizam as instalações das Unidades Básicas de Saúde, desenvolvendo ações em parceria com as equipes dessas unidades. O serviço é municipalizado – tanto João Pessoa, quanto Campina Grande dispõem deste serviço. Somente no primeiro semestre de 2013, o Consultório de Rua atendeu e acompanhou cerca de 1.400 usuários nos dois municípios. Destes, 30% faziam uso somente de álcool e cerca de 15% somente de crack.

 

Caps AD e AD III

É um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada. O público específico são os adultos, mas também pode atender crianças e adolescentes, desde que observadas as orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os Caps oferecem atendimento à população, realizam o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Os Caps também atendem aos usuários em seus momentos de crise, podendo oferecer acolhimento noturno por um período curto de dias (AD III). É um apoio para usuários e famílias na busca de independência e responsabilidade para com seu tratamento. Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, que possa garantir o sucesso de suas ações, preocupando-se com a pessoa, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana. Vários municípios dispõem desse serviço. Cabedelo, Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, Patos, Sapé e Sousa, atenderam e acompanharam mais de mil usuários do Caps AD de janeiro a julho do ano passado. João Pessoa, Campina Grande, Pombal, Piancó e Princesa Isabel, que dispõem de CAPS AD III- 24h, atenderam e acompanharam juntos mais de 800 usuários no mesmo período. Destacando que em João Pessoa há dois serviços funcionando 24h, um de gestão estadual e outro municipal.

 

Caps I e II

Serviços implantados nos municípios de menor porte – dependendo do número de habitantes – que além dos demais usuários portadores de transtorno mental, também atendem essa demanda sem o regime de acolhimento 24h. Todos estes serviços são municipalizados. Os municípios de Araruna, Alagoa Grande, Aroeiras, Alhandra, Bananeiras, Barra de Santana, Barra de Santa Rosa, Belém, Boqueirão, Caaporã, Cabedelo, Campina Grande (Galante), Campina Grande (S.J. da Mata), Catolé do Rocha, Conceição, Conde, Coremas, Cuité, Esperança, Ingá, Itaporanga, Itabaiana, Juazeirinho, Lagoa Seca, Mamanguape, Mari, Monteiro, Mulungu, Pedras de Fogo, Picuí, Pocinhos, Princesa Isabel, Queimadas, Rio Tinto, Santa Luzia, São Bento, São João do Rio do Peixe, São José de Piranhas, Solânea, Soledade,Sumé, Taperoá, Teixeira e Uirauna dispõem de Caps I. Esse serviço atendeu e acompanhou no ano passado mais de mil usuários que faziam uso de alguma droga ilícita. Os municípios de Bayeux, Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, Patos, Pombal, Piancó, Santa Rita e Sapé dispõem de Caps II e dos mais 3.000 usuários atendidos e acompanhados em seis meses no ano passado cerca 15% também tinham no histórico de acompanhamento o consumo de drogas ilícitas. Vale destacar que parte deste último grupo de municípios está pactuando em seus planos regionais a abertura de serviços específicos para tratamento de dependência química (Alcool, Crack e outras drogas).

 

Caps III:

Serviço que atende prioritariamente pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes e outras situações clínicas que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento durante 24 horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive Caps AD quando necessário. Três municípios dispõem do serviço: João Pessoa (duas unidades, no Bairro dos Estados e nos Bancários); Campina Grande e Sousa. Somente no primeiro semestre de 2013 foram atendidos e acompanhados mais de 3 mil usuários. De acordo com as pactuações feitas para o estado entre os municípios, esperamos abrir mais quatro desses serviços no estado, mais um para João Pessoa, que já recebeu recurso para abertura e para Bayeux, Patos e Cajazeiras, que estão em processo de solicitação junto ao Ministério da Saúde.

 

Caps Infanto-juvenil

Serviço de atenção diária destinado especificamente oa atendimento de crianças e adolescentes. Funcionam de segunda à sexta, no horário diurno. Podendo ser de responsabilidade do município ou da região que este atende. Cajazeiras, Campina Grande, João Pessoa (no Roger), Patos, Pombal, Piancó, Princesa Isabel, Sapé e Sousa dispõem desse serviço.

 

Unidades de Acolhimento Adulto ou Infanto-juvenil

Serviço que oferece acolhimento voluntário e cuidados contínuos para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em situação de vulnerabilidade social e familiar e que demandem acompanhamento terapêutico e protetivo. Funciona 24 horas do dia e nos sete dias da semana; e tem caráter residencial transitório. Os usuários acolhidos nestes serviços são referenciados pelos Caps (AD III e Infanto-juvenil) nos quais são acompanhados. Serviço municipalizado. Até o ano passado, somente João Pessoa e Sapé, tinham esse tipo de dispositivo. Com as novas pactuações regionais o município de Princesa Isabel inaugurou unidade em agosto deste ano mais duas unidades estão previstas, sendo uma para adultos e outra para público infanto-juvenil.

 

Pronto Atendimento Psiquiátrico

Serviço de urgência e emergência que funcionam diariamente durante 24 horas e contam com o apoio de leitos de internação para até 72 horas, com equipe multiprofissional. O atendimento resolutivo e com qualidade dos casos de urgência tem por objetivo evitar a internação hospitalar, permitindo que o paciente retorne ao convívio social em curto período de tempo. Esse serviço é oferecido em João Pessoa, no Complexo Hospitalar de Mangabeira, que atende a população de Bayeux, Cabedelo, João Pessoa e Santa Rita; no Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, que atende aos demais municípios do Estado, e em Campina Grande, no Hospital Dr. Edgley para aquele município.

 

Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral

Oferecem tratamento hospitalar para casos graves relacionados aos transtornos mentais e ao uso de álcool, crack e outras drogas, em especial de abstinências e intoxicações severas.

 

Internação em Hospital Psiquiátrico

Espaço Inocêncio Poggi, dentro do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa, que atende às demandas de internação no estado.

 

Mais Informações:

 

Coordenação Estadual de Saúde Mental – SES/PB (83) 3218 7360.

Para mais informações sobre a saúde do estado, acesse:

facebook.com/SaudePB

twitter.com/sesgovpb

instagram.com/sesgovpb

 

Secom-PB

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