No último dia 4, o Conselho Regional de Medicina (CRM), esteve no Ortotrauma de Mangabeira, mais conhecido como Trauminha, para realizar uma fiscalização no local, que vem sendo constatemente denunciado pela falta de estrutura que tem prejudicado a população que necessita de atendimento, além dos profissionais que trabalham no local.
Durante a inspeção, médicos do CRM relataram que encontraram na unidade de saúde um clima de guerra, inclusive com pacientes tendo que ser escolhidos para dividirem os aparelhos. Ainda foram encontrados baratas na enfermaria, roupas insuficientes para que os profissionais entrassem no centro cirúrgico, falta de medicamento, doentes que estão há muito tempo internados e que podem ficar com sequelas e até mesmo inválidos, lavandeira fechada, entre outros problemas graves, que colocam em risco a vida de pacientes.
Nesta terça-feira (12), vazou o relatório detalhado da fiscalização realizada no hospital, que além das já citadas, apontou outras diversas irregularidades na unidade hospitalar.
O relatório mostra que vários pacientes ao darem entrada no Ortotrauma são atendidos na sala de sutura por conta da superlotação das salas de urgência e emergência, também foram verificadas paredes com infiltrações e com fungos, banheiros de enfermarias sem descarga, o que propicia a circulação de coliformes fecais e a infecção de pacientes internos, além de coletores de urina sem tampa sendo transportados pelos corredores da unidade de saúde.
Também foi constatada quantidade insuficiente de medicamentos para o tratamento de infecções bacterianas e pacientes aguardando há vários dias por uma cirurgia, o que poderia ocasionar sequelas, como é o caso de um agricultor que espera há 120 dias pelo procedimento cirúrgico.
O relatório aponta que as irregularidades existentes na última inspeção não foram sanadas e que algumas foram agravadas.
Sob pena de interdição, o Conselho estipulou um prazo de 30 dias para que o prefeito Luciano Cartaxo (PSD) e o secretário municipal de Saúde, Adalberto Fulgêncio, façam as correções sugeridas no relatório que foi encaminhado ao Ministério Público Estadual da Paraíba (MPPB), à Procuradoria da República, à Secretaria Municipal de Saúde, à direção técnica do hospital e à Vigilância Sanitária.
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