RESTRIÇÃO ALIMENTAR: adulto com ‘paladar infantil’ pode desencadear série de doenças crônicas

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Uma alimentação baseada em ‘fast-food’, refinados e enlatados. Conhecida como ‘paladar infantil’, a seletividade na hora de se alimentar é comum em adultos e traz dificuldades em criar um cardápio com nutrientes e vitaminas encontrados em frutas, verduras e legumes. No Dia Mundial da Saúde, comemorado nesta quinta-feira (7), a nutricionista do Hapvida em João Pessoa, Sonalle Carolina, explica que o hábito pode desencadear uma série de doenças crônicas, além de favorecer o desenvolvimento de câncer.

Diabetes, hipertensão, obesidade, elevada quantidade de colesterol e gordura no sangue estão entre as doenças que podem se originar de uma má alimentação. “O principal risco são as doenças crônicas não transmissíveis, mas também é possível desenvolver gastrite e úlcera. Os alimentos industrializados também são fator de risco para desenvolver alguns tipos de cânceres”, pontua.

A especialista conta que a restrição alimentar geralmente se origina na infância, quando a família não realiza uma introdução alimentar completa ou quando os demais integrantes da casa não têm um cardápio variado. “Na maioria das vezes, esse adulto não tinha uma alimentação variada na infância com frutas, legumes e verduras e cresce com a ideia que alimentos ricos em açúcar, gorduras, industrializados, são comuns”, detalha.

Mas nem sempre a seletividade é apenas a falta de costume. O Transtorno Alimentar Repetitivo e Evitativo (Tare) é um distúrbio que leva a uma extrema limitação que impede algumas pessoas de experimentarem novos alimentos por conta da textura, sabor, cor e outros aspectos. Nesses casos, o tratamento deve ser feito com uma equipe multiprofissional de nutricionista, psicólogo, psiquiatra e até endocrinologista.

Já quando se trata apenas da falta de costume de uma alimentação mais completa, a orientação da profissional é simples: entender a importância do cardápio para a saúde e, aos poucos, inserir o que é chamado ‘comida de verdade’. “Quando se é adulto já consegue entender que frutas, verduras, vegetais, vão melhorar a saúde, a qualidade de vida, então é mais fácil fazer a adaptação”, ressalta.

Paladar infantil? – Apesar de ser popularmente conhecido como paladar infantil, o termo não retrata de fato o que acontece e caracteriza a infância como fase de alimentação incompleta. “Não deveria se associar o paladar de uma criança ao consumo de comidas ruins para nossa saúde, ricos em açúcares e gorduras”, avalia.

De acordo com Sonalle, mesmo gostando de consumir doces e lanches, a criança deve ter uma alimentação saudável, sendo os processados servidos como exceção. Nesse caso, a responsabilidade é da família em oferecer e consumir opções mais saudáveis e naturais.

PB Agora

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