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Retinoblastoma: entenda o câncer raro da filha de Tiago Leifert

O retinoblastoma é um tipo raro de câncer ocular, mais comum em crianças e responde por 3% dos cânceres infantis, chegando a cerca de 400 casos por ano, segundo informações do Ministério da Saúde. O tema entrou em debate após a filha do jornalista e apresentador Tiago Leifert ser diagnosticada com a doença.

Primeiro câncer descrito como uma doença genética, conforme aponta o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele é responsável por acometer uma área específica do olho chamada de retina, que é de extrema importância para que a visão aconteça. Oncologista pediátrica do Sistema Hapvida, Rafaela Siufi, explica que a doença costuma acometer crianças de até cinco anos de idade e, o diagnóstico tardio, pode levar à perda do olho.

“O diagnóstico, assim como qualquer outro tumor, requer que seja feito o mais rápido possível. Um dos exames que pode contribuir para identificação da doença é o teste do olhinho realizado nos recém-nascidos ainda na maternidade”, esclarece.

A especialista afirma que o teste do olhinho é de extrema relevância, não só para um possível diagnóstico de retinoblastoma, mas para outras doenças que também acometem a visão. “Saibam o que é a normalidade do seu filho, falo em todos os aspectos, físicos e emocionais, para que em um primeiro sinal de alerta, de comportamento estranho ou alguma alteração como o surgimento de uma dor, possa reconhecer que é hora de procurar um médico para direcionar”, sugere.

Rafaela ressalta que alguns tumores acabam aparecendo no decorrer dos cinco primeiros anos de vida de uma criança e, por esse motivo, se faz necessária a visita ao oftalmologista no primeiro ano de vida. “A cada seis meses e a partir dos dois anos de idade, ao menos, se deve procurar o oftalmologista uma vez por ano. O tipo de exame que detecta a doença é simples, que é o fundo de olho”, orienta.

A especialista reforça que algumas crianças chegam com o tumor em tamanha extensão que o tratamento inicial é enucleação do olho – ou seja, a retirada do órgão e com a doença podendo ocorrer em um ou nos dois olhos. “Além da perda do olho, o diagnóstico quando realizado tardiamente, sobretudo, em casos extremamente avançados, pode ocasionar um comprometimento do sistema nervoso central e o tumor acaba migrando para dentro do cérebro da criança”, aponta as consequências.

Ligando o alerta – A oncologista pediátrica lista que entre os sinais e sintomas que podem ligar o alerta são: a clássica foto com flash, em que o olho ao invés de sair vermelho, fica esbranquiçado e se assemelhando a um olho de gato; quando a criança que não era estrábica começa a apresentar o estrabismo; ainda existem os casos em que a criança passa a olhar de lado como uma forma de acomodar a visão dentro do espaço que possui no campo visual; algumas crianças apresentam ainda hiperemia – deixando o olho vermelho – e em outras o surgimento do edema. “Por todos esses motivos é importante que os pais e responsáveis conheçam bem os seus filhos para que no primeiro sinal de anormalidade possam procurar ajuda especializada para descartar as dúvidas e saber se é uma doença grave ou não”, sugere.

A médica lembra que este é um tumor extremamente raro, portanto, é preciso que pais e responsáveis fiquem atentos. Porém, além do retinoblastoma existem outras doenças que podem acometer a visão, sendo uma delas o tumor de sistema nervoso central e que acaba sendo mais comum que o próprio retinoblastoma e, dependendo da localização a criança pode perder a visão. “Então, o principal é que a gente saiba que as doenças existem, não que fiquemos procurando elas em nossos filhos, mas ter o conhecimento possibilita que a ação seja mais rápida em uma necessidade”, opina.

Tratamento – Rafaela aponta que, felizmente, o retinoblastoma é uma doença passível de cura e que o tratamento vai depender da extensão da doença, se ocorre em um ou dois olhos, o tamanho da lesão e o comprometimento da doença. Entre as possibilidades de tratamento estão: a quimioterapia, que pode ocorrer tanto na veia ou diretamente no tumor; tratamento com laser, que é bem localizado; radioterapia ou crioterapia, esse último é uma espécie de congelamento do tumor.

PB Agora

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