No pior momento da pandemia, o Brasil vive um vácuo de liderança na principal pasta que conduz ações de combate à doença. Sem data definida para a posse de Marcelo Queiroga, novo titular da Saúde, o governo está entre um ministro demitido e outro que ainda não assumiu. O atraso impacta o prosseguimento de novas negociações e elaboração de estratégias, bem como as investigações sobre a atuação do Ministério da Saúde no enfrentamento da covid-19, mas aqual seria o real motivo da ainda não posse de Queiroga ao comando da pasta, em contato com amigos proximos do futuro ministro foi revelado que o impasse é devido a sociedade de uma empresa de Queiroga.
A posse de Queiroga estava prevista para quinta-feira (25/3), dez dias após o presidente Jair Bolsonaro anunciar o cardiologista como sucessor do general Eduardo Pazuello. No entanto, o Planalto não define a data, que já foi atualizada duas vezes.
Antes, Queiroga, que é sócio-administrativo de uma clínica, precisa abdicar da liderança no empreendimento para assumir o cargo público, principal razão burocrática que atrasa a oficialização.
Apesar de preparar o terreno para deixar o cargo — concluiu a negociação de compra de vacinas com a Pfizer e Moderna antes de ter a demissão definida — , Pazuello aguarda o sinal verde para passar o bastão. Novas tratativas estão suspensas até o novo ministro assumir a função.
Sem a oficialização, secretários, governadores e prefeitos aguardam para deliberar sobre as estratégias de enfrentamento, como novos acordos de aquisição de vacinas e medidas que vão além das urgências para que não faltem medicamentos e oxigênio nas UTI’s brasileiras.
O atraso também confunde os encaminhamentos para as apurações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) mirando a pasta e a atuação na condução da crise. Sem um gestor oficial, os novos pedidos de informação para avançar nas investigações deverão ficar para depois da indefinida posse.
Redação