A Secretaria de Estado da Saúde promoveu, na manhã desta terça-feira (5), uma reunião com o objetivo de definir estratégias para ampliar a doação de órgãos para transplantes na Paraíba. Participaram do encontro a secretaria estadual de Saúde, Claudia Veras, o secretário executivo de Gestão de Rede de Unidades de Saúde, Geraldo Medeiros, a diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Gyanna Lis, além de médicos transplantadores da Paraíba e de Pernambuco.
Claudia Veras afirmou que o Estado assume o compromisso de avaliar todas as questões que envolvem o transplante de órgãos e que é de suma importância sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em geral. “Nossa missão é explicar e fazer com que a população entenda como funciona a doação de órgãos e os transplantes. Ainda existe muito medo, por exemplo, com relação ao tráfico de órgãos e sobre acelerar o processo da morte de um ente querido para que os órgãos sejam doados. A informação de qualidade é um passo essencial para atingirmos o objetivo de ampliar as doações e, consequentemente, reduzir a média de tempo nas listas de espera”, disse a secretária.
Ela sugeriu, ainda, a realização de um seminário para mobilizar médicos e funcionários. “Com as atividades do dia a dia, existe a dificuldade de reunir esses profissionais com frequência. Temos total interesse em viabilizar essa estratégia, pois é evidente que o compartilhamento de informações precisas, troca de experiências e apresentação de ideias, é essencial no processo”, afirmou.
O secretário executivo de Gestão de Rede de Unidades de Saúde, Geraldo Medeiros, pontuou que é necessário estabelecer um trabalho contínuo, estabelecendo metas e mecanismos de avaliação de funcionários que trabalham diretamente com a doação de órgãos. “O gestor precisa assumir um perfil que estimula os funcionários a cumprir metas de captação de possíveis doadores. Esse mesmo gestor tem que transmitir engajamento à equipe, vestir a camisa e mostrar que o incentivo à doação de múltiplos órgãos é de suma importância, mas, principalmente, enfatizando que o objetivo primordial é salvar vidas”, observou.
Já a diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Gyanna Lis, reforçou a importância da divulgação massiva de informações. “Devemos intensificar as ações educativas, com criação de banners e vídeos, por exemplo. Palestras para profissionais de saúde também são essenciais. Esse conjunto de estratégias eficientes vai aumentar, com certeza, a oferta de órgãos na Paraíba”, declarou.
O médico transplantador Claudio Lacerda, que atua no Hospital Universitário Oswaldo Cruz, em Pernambuco, e coordena a equipe de transplante de fígado no Hospital Nossa Senhora das Neves, na Paraíba, falou sobre o potencial do Estado com relação à captação de órgãos.
“É necessário aproveitar a potencialidade e inserir a Paraíba no cenário nacional da transplantação de órgãos. A doação é um gesto altruísta, ou seja, ninguém é obrigado, nem se pode comprar um órgão, é uma atitude espontânea. Sugiro uma agenda de eventos durante todo o ano e campanhas envolvendo a mídia (que alcança profissionais de saúde e a população). Investimento em saúde nunca é demais, estamos falando de respeito à vida”, disse o médico.
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