Em João Pessoa, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou dois óbitos por febre hemorrágica da dengue (FHD) este ano e outros dois estão sendo investigados, inclusive o do médico Francisco Samuel, de 59 anos, morto anteontem.
O boletim divulgado no começo da semana pela Secretaria de Estado da Saúde havia registrado apenas um óbito por dengue, ocorrido em abril, em Campina Grande. Em toda a Paraíba foram registrados 87 casos confirmados de FHD, sendo 36 apenas em João Pessoa. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em todo o ano passado, foram registrados 6.144 casos de dengue, 179 a menos do que o total dos primeiros sete meses deste ano. Ao todo, foram confirmados 6.323 casos de dengue em todo o Estado.
Até o dia 30 de julho, a SES confirmou 87 casos de FHD, 6.135 de dengue clássica e 100 de dengue com complicações (DCC). As notificações da doença somam 11.882 casos, sendo 2.490 casos descartados e 3.069 em investigação. Já em João Pessoa, até anteontem, foram notificados 4.125 casos da doença, com 2.007 confirmados como dengue clássica, 36 como FHD, 34 DCC e dois óbitos. Estão em investigação 16 casos de FHD, sete de DCC e dois óbitos, e 467 casos inconclusivos.
Ano passado, o Sinam registrou 4.319 notificações de dengue clássica, 30 de FHD, quatro casos de Síndrome de Choque do Dengue e 1.791 casos inconclusivos.
Os dois óbitos confirmados pela SMS foram de residentes nos bairros Cruz das Armas e Torre, e os dois em investigação vieram dos bairros Geisel e Bessa. Segundo a diretora da Vigilância em Saúde da SMS, Talita Tavares, os óbitos foram confirmados recentemente.
“No mês passado, quando divulgamos o boletim, não havíamos registrado nenhum óbito”, explicou. Talita garantiu que a SMS terá a conclusão das investigações dos óbitos em menos de um mês.
Mangabeira tem maior incidência
A Secretaria Municipal de Saúde divulgou os bairros com maior incidência da dengue, são eles: Mangabeira com 936 casos; Castelo Branco, com 214; Valentina, com 201; Bancários, com 179 e Bessa, com 166 casos notificados.
No bairro onde o médico Francisco Samuel Morava, Talita informou que agentes da Vigilância Ambiental vistoriaram a vizinhança e foram encontrados focos do mosquito num prédio da mesma rua. “No prédio atrás da residência do médico e em sua própria residência não foram encontrados focos. Os agentes já fizeram o tratamento no local”, garantiu Talita.
A Secretaria de Meio Ambiente de João Pessoa (Semam) está em parceria com a Vigilância em Saúde para vistoriar e combater os focos do mosquito em grandes obras construção e abandonados.
Recomendação
O Ministério da Saúde indica que todos os casos inconclusivos ou com classificação em branco devem ser considerados como caso de dengue. Segundo a Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Dengue, como o caso foi notificado ao Sinan sendo preenchida a ficha de notificação da dengue, então houve a suspeita clínica do profissional de saúde que a preencheu.
32 bairros de Campina têm alto risco
Campina Grande – Trinta e dois bairros de Campina Grande apresentam índice de infestação de dengue superior aos 3% e são considerados localidades de risco, de acordo com a Vigilância Ambiental em Saúde do município. O bairro do Santo Antônio apresenta o maior percentual, com mais de 15% de infestação. Apesar disso, a Secretária de Saúde do Município, Tatiana Medeiros, informou que o número de casos de dengue na cidade permanece controlado. “Esse índice cresceu em decorrência das chuvas, mas o número de casos não aumentou e permanece controlado”, explicou.
Este ano, 218 casos de dengue foram confirmados na cidade, incluindo dengue clássica, com complicação e hemorrágica. Ao total, foram 374 notificações de janeiro até julho. A meta da Secretaria Municipal de Saúde é manter o índice abaixo de 1%, que representa baixo risco de infestação.
Entre os bairros que apresentam os maiores índices estão Ligeiro, com 11%, Cuités, Pedregal e Serrotão, com 8%, Acácio Figueiredo, com 7,14% e Sandra Cavalcante, Alto Branco, Araxá, Lauritzen, Prata e Cruzeiro, com índices superiores aos 6%. Os demais bairros que apresentam risco possuem índices que variam de 4% a 5,26%. “Quando os bairros ultrapassam 3%, já consideramos localidades de risco e já acionamos o carro fumacê. As pessoas insistem em armazenar água em depósitos abertos”, informou Gilmar Vidal de Negreiros Lima, gerente da Vigilância Ambiental em Saúde.
Correio da Paraíba