Quando se trata de hospital, provavelmente não há uma definição mais apropriada do que a contida na memorável frase cunhada pelo tribuno paraibano, Alcides Carneiro. Ao discursar na inauguração de um hospital em Campina Grande, ele proferiu: “Hospital que por infelicidade se procura, e que por felicidade se encontra”.
A citação de Alcides Carneiro se encaixa como uma luva na minha situação de paciente do Hospital Napoleão Laureano, onde ali cheguei acometido de um tumor na bexiga, desprovido de plano de saúde – que perdi por uma outra infelicidade – e sujeito aos benefícios do Sistema Único de Saúde. Confesso que, no primeiro momento, tive receios do tratamento que poderia receber como dependente do SUS. Ledo engano: O tratamento dispensado a mim e às centenas de outros na mesma condição tem sido muito acima das minhas expectativas.
Nesta minha incursão de enfermo por corredores de hospitais, pude constatar a grandeza e a importância do Hospital Napoleão Laureano para o Estado da Paraíba; para rico e para pobre. Seja pelo universo grandioso de pacientes atendidos de todas as camadas sociais, seja pelos equipamentos de que o Laureano dispõe para tratar seus pacientes. Como também, pelo grau de excelência dos seus profissionais, médicos, enfermeiros, tudo do mais elevado nível.
Segundo o festejado médico, Dráuzio Varella, o nível de qualidade do serviço hospitalar se mede mais pela eficiência de seu corpo de enfermagem do que pelo corpo médico. Na opinião dele, o médico tem contatos muito menos frequentes com o paciente do que enfermeiros e técnicos de enfermagem. A minha experiência no Laureano constata que seja pelo corpo médico ou pelo corpo de enfermagem, eu e centenas de outras somos muito bem atendidos.
Ao longo do tempo em que tenho frequentado o Hospital Laureano, nos ambientes de espera, tenho visto, às centenas, pacientes procedentes de todos os recantos da Paraíba, alguns sem uma prata no bolso e gemendo de dor. Todos são prontamente atendidos. Gente, por exemplo, que sai às 23 horas de Cachoeira dos Índios para chegar ao Laureano ao amanhecer do outro dia, e ser submetido aos mais diversos tipos tratamentos, inclusive, quimioterapia. Ali, são muito bem recepcionados e enquanto aguardam sentados no vão de espera, têm o sofrimento aplacados pela boa música ao vivo, de artistas voluntários; mulheres da Rede Feminina de Combate ao Câncer distribuem refeições para os pacientes e acompanhantes, indistintamente. Uma curiosidade: Com frequência, alguns pacientes humildemente recusam a oferta da refeição, mas quando são informados de que é de graça, aceitam…
Entre aqueles muros enormes, próximo à Vila dos Motoristas em Jaguaribe, acumulam-se histórias de dor, sofrimento e, na maioria delas, a quase totalidade, de alegria pela cura. Histórias humanas que dariam livros se ouve a todo instante; gestos de solidariedade pautam o comportamento de todos. Na dor e no sofrimento, todos nós somos solidários.
Uma coisa é saber que o Hospital Napoleão Laureano existe, que trata de pacientes portadores de câncer e outros males afins; outra coisa é precisar dos seus serviços e ser seu paciente. Falo com experiência própria de quem está enfrentando um tratamento de saúde. O Laureano que eu imaginava, como hospital de referência, de boa qualidade e serviço relevante, ainda está muito aquém do hospital que eu passei a conhecer, frequentando os seus corredores, apartamentos, enfermarias, etc. e tal.
Sempre que estou por lá, ali sentado naquelas cadeiras, tristonho, tenso e aguardando a minha hora de ser chamado, fico a imaginar: o que seria dos milhares de pacientes, muitos deles pobres desprovidos de quase tudo, não fosse este hospital?!
Especial
Não sou dado a lançar mão de certos privilégios para adquirir facilidades: passar à frente dos outros, apelar pra Lei de Gerson (que injusta denominação!), não faz meu estilo. Mas no Napoleão Laureano desfrutei de um certo privilégio: tive a sorte de no primeiro momento ser encaminhado aos cuidados do doutor Porfírio Fernandes, natural de Campina Grande e radicado em João Pessoa. Depois de definido qual seria o médico que começaria o meu tratamento, a minha família – naturalmente motivada pela preocupação com o meu estado de saúde – pesquisou sobre a formação profissional do doutor Porfírio. Constatou, com satisfação, tratar-se de um jovem médico de currículo invejável.
Medroso como sou, e naturalmente apavorado com o diagnóstico – apesar de não ser tão grave – tratei de dar um jeito de não haver troca de médico e, portanto, ser acompanhado exclusivamente pelo Doutor Porfírio. Sem demérito para os demais. É que, para o paciente, a confiança no médico é meio caminho andado: traz conforto psicológico e segurança.
Assombrando com a situação, portanto, não hesitei em compor uma força tarefa ao Laureano. Juntei a meu favor quatro ases da comunicação – o compadre Rubens Nóbrega e os colegas Victor Paiva, Ruy Dantas e Heron Cid – para que, em nome da minha família, fossem, junto com minha companheira, a jornalista Eloise Elane, ao presidente da Fundação Laureano, o médico Carneiro Arnaud, para fazer-lhe um único pedido: que eu ficasse, prioritariamente, sob a responsabilidade de doutor Porfírio Fernandes. E assim foi feito, para a minha tranquilidade.
Mas uma constatação: ao logo do tempo em que tenho frequentado os ambientes de espera do Hospital Laureano, ouvi inúmeros pacientes rasgando elogios a outros médicos.
Como diria a minha avó paterna, Mamãe Mocinha: Ai de nós não fosse o Hospital Napoleão Laureano!
Wellington Farias
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