Pacientes que sofrem de hérnia inguinal (localizada na virilha) não terão mais riscos de sofrerem hipotensão (pressão baixa), após cirurgia, graças a uma técnica, inédita no mundo, desenvolvida pela residente de Anestesia, Thaís Bezerra, onde apenas metade do corpo apresenta efeito do anestésico. O procedimento foi apresentado na noite desta terça-feira (21), em solenidade no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HEETSHL) e faz parte dos trabalhos de conclusão da especialidade desenvolvida pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e tem como matriz de ensino, a unidade hospitalar.
As hérnias inguinais são hérnias que ocorrem na região da virilha e correspondem a 75% de todas as hérnias abdominais. Este tipo de hérnia é 25 vezes mais comum em homens do que em mulheres. O tratamento das hérnias inguinais é cirúrgico. “Este tipo de anestesia beneficia principalmente os hipertensos e diabéticos, pois não podem sofrer no ato anestésico uma hipotensão devido às suas patologias”, lembrou Thaís Bezerra.
Para desenvolver a técnica, a estudante se utilizou de um grupo de pacientes com idade superior a 18 anos que precisaram ser submetidos à cirurgia para retirada da hérnia inguinal num hospital afiliado da rede SUS e foram selecionados por um período de sete meses no ano passado. Além da vantagem de não sofrer a hipotensão, os pacientes saem satisfeitos com o procedimento e equipe médica cirúrgica, pois voltam a mexer um dos membros inferiores de maneira mais rápida, do que a anestesia convencional.
Segundo Thaís, a equipe de cirurgiões também se beneficia por conta do excelente relaxamento muscular que a técnica proporciona. “A técnica consiste em posicionar o paciente deitado de forma lateral na hora da raquianestesia onde é utilizada metade da dose rotineira de anestésico local”, explicou.
Ao falar sobre a conclusão da especialidade, ela disse que tem a sensação do dever cumprido e exemplifica o quão importante é a residência sediada no Hospital de Trauma-JP. “Agora planejo entrar no mercado do trabalho no interior da Paraíba que é mais carente de profissionais. A Anestesia me preparou muito bem para o mercado e não deixou a desejar em nenhuma parte da especialidade”, lembrou.
Para o coordenador do Programa de Residências Médicas, Gualter Ramalho, o trabalho da estudante Thaís, assim como os demais, atingiram um nível excelente e serão submetidos à premiação pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). “Temos a convicção que até o final do ano, a residência de Anestesia, sediada no Hospital de Trauma-JP, deverá figurar no ranking das 10 melhores do País, sediadas nos 98 Centros de Ensino e Treinamento (CET’s)”, destacou.
Ele lembrou a via crúcis que a especialidade percorreu para atingir um nível excelente de ensino, pois saiu do penúltimo lugar do ranking das 25 piores do País, avaliada em 2010 pela SBA, passando a ocupar no ano passado a posição da 25ª melhor, levando a ser agraciada em dezembro com o título de menção honrosa pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). “Superamos grandes centros médicos no Brasil, como o Inca, Universidade Federal do Paraná (UFPR), entre outros, que oferecem a residência. Hoje a demanda pelo curso cresceu e temos sido procurados por alunos de toda a região Nordeste”, lembrou.
Anestesia, um mercado promissor – Gualter Ramalho informou que a 2ª especialidade mais carente do País é a Anestesia que só perde para Pediatria. O mercado atual conta com a mão de obra de 11 mil especialistas, segundo a secretaria da SBA.
O diretor técnico do HEETSHL, Edvan Benevides, informou que já há entendimentos com o Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Saúde para absorver a mão de obra dos novos anestesistas com o concurso público que está em fase de preparação; ampliação de hospitais e construção de centros médicos de alta complexidade, entre eles: o Hospital Metropolitano em Santa Rita, o Hospital de Mamanguape e o Centro de Oncologia em Patos. “O mercado desta especialidade promete e temos que oferecer um suporte com a formação de novos profissionais”, disse.
Além do trabalho ‘Raquianestesia Unilateral para Herniorrafia Inguinal’ da estudante Thaís Bezerra, também foram apresentados mais três trabalhos acadêmicos da residência de Anestesia no Hospital de Trauma, como: Avaliação do Tempo de Jejum Pré-Operatório e seu Impacto no Grau de Desconforto do Paciente de autoria do estudante Diego Nóbrega; Avaliação da Eficácia Analgésica Somática e Neuropática de Dextrocetamina em Bloqueios Duplexos Braqueal por Juliano Teles e Comparação entre Anestesia Geral e Raquianestesia para Colecistectomia Aberta por Pâmela Valyssa Pacheco.
A residência de Anestesia, desenvolvida pela SES no Hospital de Trauma-JP possui três anos de duração com carga horária de 60 horas/aula por semana, preceptores em sete hospitais da rede pública estadual, municipal e filantropia da capital, como o Hospital Infantil Arlinda Marques, Maternidade Cândida Vargas, Hospital Santa Izabel, Hospital Edson Ramalho, Hospital Napoleão Laureano, Ortotrauma e Hospital de Trauma-JP.
As disciplinas oferecidas são Anestesia em Cirurgia Infantil, em Cirurgias Obstétricas, em Cirurgias Oftalmológicas, em Cirurgia Oncológica, em Cirurgia Geral, entre outras.
Até o final do curso, os residentes da especialidade têm a meta de realizarem 440 procedimentos em anestesia por ano.
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