A vida em isolamento para evitar a transmissão da covid-19 não está fácil para ninguém. Para muitos casais, então, compartilhar o dia a dia de forma tão intensa tem sido um verdadeiro teste de sobrevivência do relacionamento. Vendo essa realidade o casal de terapeutas, educadores sexuais e coaches de relacionamento e sexualidade, Bia Neppel e Cleyton Sales, bem como o psicólogo Thiago de Almeida, dão dicas de como fortalecer a relação neste momento de isolamento social.
Segundo, Bia Neppel e Cleyton Sales é possível auxiliar homens e mulheres com problemas de ereção, ejaculação precoce, falta de orgasmo, dores na penetração através da terapia tântrica, que envolve meditações, respiração, massagem tântrica e exercícios para trazer consciência corporal. A massagem tântrica citada trabalha a sexualidade de forma séria, responsável e sagrada. “É uma ferramenta que ajuda a trabalhar a conexão do corpo, trazer consciência corporal, potencializar a nossa carga orgástica”, explica Bia Neppel, que, junto ao marido ministra palestras, cursos e workshops sobre o universo do tantrismo, que também enfrenta resistência.
Para Bia as pessoas só não são mais realizadas na área, por não se permitirem. “Com certeza as crenças religiosas, familiares e culturais afetam muito nossa entrega ao sexo e ao prazer”. Bia Neppel explica que quando conhecem mais sobre o assunto, as pessoas automaticamente passam a se interessar mais e consequentemente se permitir mais. “O Nordeste é muito resistente e em João Pessoa lembro que houve caso de turma que não fechou, por falta de alunos, por vergonha, medo, machismo. Interessante que a virada de chave acontece quando a gente traz uma outra visão do que é o sexo e de como atingir o prazer de forma plena, se conhecendo e levando para o sexo a comunicação necessária para que a gente sinta prazer”.
“Casais que antes se encontravam apenas de manhã, à noite e nos fins de semana agora estão tendo que conviver 24 horas por dia e sem opção de válvulas de escape, como encontrar os amigos ou jogar futebol uma vez por semana. Essa hiperconvivência, somada ao medo e à insegurança trazidos pela pandemia, deixa todos à flor da pele, amplifica as emoções e pode mesmo gerar brigas e levar a separação. Fazer terapia é uma forma de buscar o crescimento como casal sem abrir mão de uma individualidade também feliz. O processo de ajustar o que não está bom na relação pode ser sofrido, gerar conversas difíceis e levar à conclusão de que as divergências são mesmo irreconciliáveis. Na terapia de casal a alta ocorre com o casal junto ou separado, mas com os dois satisfeitos com a decisão tomada”, afirma o psicólogo Thiago de Almeida.
Embora não haja números que demonstrem crescimento significativo no número de divórcios no Brasil durante a pandemia, a percepção é de que os conflitos conjugais escalaram desde o início do confinamento e o número de separações está em alta. As buscas no Google confirmam: a pergunta “como dar entrada no divórcio” foi 82% mais pesquisada em março no país em comparação com os meses anteriores, enquanto “divórcio online gratuito” registrou quase 10.000% de alta, de acordo com o site.
Redação