Já se tornaram comuns notícias ou publicações nas redes sociais sobre idosos desaparecidos. De acordo com o coordenador médico corporativo de Medicina da Família do grupo Hapvida Norte Drama Intermédica, Bruno Sampaio, o desaparecimento é comum em quadros de demência, cujos sintomas podem ser identificados pelos familiares.
A conhecida ‘demência’, na verdade, se trata das doenças que afetam a cognição, podendo prejudicar a capacidade de executar até as tarefas mais simples do dia a dia, principalmente nos idosos. O médico aponta alguns sinais mais frequentes, como alteração no comportamento, na linguagem e a perda de memória de forma progressiva.
“Identificando esses sinais, é importante que seja feita uma avaliação com um profissional médico, para que, se dado o diagnóstico, inicie um planejamento de cuidado que faz parte das orientações do especialista”, indicou.
Caso confirmado o quadro ou até quando há apenas suspeita, o médico orienta alguns cuidados para impedir que o idoso saia sem supervisão. “Evite deixar a chave de casa e de veículos próximo ao idoso; coloque identificação nele quando estiver fora de casa e mantenha sempre o cuidado supervisionado”, pontuou.
Desaparecidos no Brasil
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 apontou que, em 2021, o Brasil registrou o desaparecimento de 65.225 pessoas. Conforme o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a consequência de um ente familiar desaparecido envolve uma série de fatores, passando pelo esgotamento dos recursos financeiros e emocionais, debilitando a saúde física e mental. Muitos também costumam se sentir isolados e incompreendidos, o que pode dificultar ainda oportunidades de trabalho, relacionamentos e dificuldades para acessar direitos.