“Tragédia de Patos abre chance para diálogo com jovens”, afirmam psicólogas

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O horror de uma tragédia como a de Patos tem a capacidade inegável de levar medo aos pais e e jovens estudantes de todo o País, que, com o mesmo perfil das vítimas, se veem como alvos em potencial de um ataque cuja maior marca é a incompreensão quanto à motivação. Para mitigar o temor, o caminho das famílias com seus filhos deve passar necessariamente pelo diálogo, defende as psicólogas Karen Scavacini e Ludmila Carvalho.

Segundo Karen, o momento abre uma porta para ouvir os adolescentes sobre a percepção deles sobre o que aconteceu, como isso está repercutindo no núcleo estudantil mais próximo e, principalmente, dá aos adultos a oportunidade de, além de dimensionar a gravidade do crime, se mostrarem preocupados e atentos com a realidade e o cotidiano dos filhos.

Scavacini comenta como as famílias devem tratar com seus filhos sobre o que aconteceu em Patos? “As famílias podem aproveitar o que aconteceu para trazer esse diálogo para dentro de casa, já que é um assunto que não é costumeiramente conversado. Os pais têm de escutar o que o jovem tem a dizer, o que ele ouviu falar sobre o caso, o que viu de mídia. A partir daí, segue-se uma fase de orientação e acolhimento, porque é esperado que muitos jovens se sintam abalados e inseguros”, afirmou.

Já Ludmila Carvalho, salienta que não é comum que uma ação como a do menino de 13 anos que atirou contra toda a família seja causada de forma impulsiva, advinda apenas de uma desregulação emocional. “Contudo, é de extrema importância avaliar e fazer com que cada vez mais cedo, crianças e adolescentes conheçam suas emoções e aprendam a lidar com elas. Atualmente, vivemos uma era de muita informação e forma muito acessível nos meios de mídia social onde cada dia mais cedo, as crianças e adolescentes passam a ter acesso”.

A psicóloga Carvalho comenta ainda que gosta de lembrar aos pais que o diálogo é de extrema importância com os filhos, além da “amizade com eles para dar sempre voz às crianças e adolescentes, ouvindo-os e entendendo a forma como eles pensam sobre determinadas situações”.

Da Redação

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