Três milhões de crianças possuem quadro de obesidade; especialista explica causas, riscos e prevenção

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Dados do Ministério da Saúde apontam que seis milhões de crianças no país possuem excesso de peso e 3 milhões já possuem quadro de obesidade. A doença é considerada um problema de saúde pública e pode levar a uma série de complicações já na infância. A endocrinologista do Hapvida NotreDame Intermédica, Vanessa Rodrigues, aponta que, a curto prazo, a obesidade pode causar asma e apneia do sono, problemas ortopédicos, inflamação e formação de pedras na vesícula e até depressão.

A especialista explica que diversos fatores podem levar à doença, podendo ser causas psicológicas, como a ansiedade; causas ambientais, como a falta de atividade física; causas hormonais, que têm relação com doenças endócrinas; além das causas genéticas ou medicamentosas.

“Os pais têm um papel fundamental nesse processo e o aleitamento materno é a primeira prática que contribui para a prevenção da obesidade infantil”, salientou. Começando ainda na gestação, os cuidados da família com o filho precisam acontecer de maneira integral, envolvendo atenção com a alimentação, prática de atividades físicas, sono adequado e hábitos relacionados ao estilo de vida de todo o núcleo.

Uma vez diagnosticada, a obesidade pode ser tratada de diversas formas, mas na infância, o caminho mais indicado é a mudança de hábitos, com a construção de um estilo de vida com uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas.

“Como a criança está em fase de crescimento, em alguns casos, em que não há risco de desenvolver outras doenças, é recomendado a manutenção do peso do menor, pois o desenvolvimento da criança pode fazer com que ela entre na faixa ideal do IMC. Já nos casos em que há riscos de desenvolver doenças mais graves, o emagrecimento deve ser acompanhado por especialistas”, explica a especialista, que não recomenda a realização da cirurgia bariátrica para crianças. Além de ser um procedimento cirúrgico com riscos de complicações, a cirurgia não garante que a criança irá manter o peso perdido e não substitui a necessidade de uma dieta e a prática de atividade física.

Riscos

Estima-se que cerca de 40 a 70% das crianças que chegam à adolescência obesas, acabam levando a condição para a vida adulta. Além de diminuir o aprendizado, a obesidade pode ocasionar problemas a longo prazo, como diabetes, hipertensão arterial, trombose, derrame, doença coronariana, angina e infarto, osteoartrite, artroses, entre outras.

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